Certa tarde, apareço na avó de calças rasgadas...
Já aqui escrevi o que a avó pensa das calças rasgadas, mas eu continuo a usá-las quando lá vou. Penso que se ela tiver uma exposição constante, irá habituar-se a elas e deixar de fazer cara feia. Confesso que o processo me dá um certo prazer... Será que devia? Enfim...
Aconteceu que, nessa tarde, esqueci-me de um pequeno, grande pormenor... Eu tinha uma nova tatuagem na perna... Tão nova, que me esqueci dela... E ali estava eu de calças rasgadas à frente da avó... Só me apercebi do lapso quando esta interrompe o que ia a dizer para perguntar:
- O que é isso? Tens aí um sujo na perna? - ao mesmo tempo que começou a deslocar-se na minha direção para ver melhor...
Instintivamente tapei o rasgão das calças com um saco que tinha na mão, como se estivesse num daqueles pesadelos, onde de repente nos apercebemos que estamos nús; disse que já estava atrasada (mentira) e fugi dali antes que ela tivesse tempo de pensar. O meu desejo era correr, mas tinha de disfarçar e então, com todo o autocontrolo que pude juntar, andei apenas num passo pouco mais acelerado do que o normal. Sentia-me num daqueles outros pesadelos, em que estamos a correr em pânico, mas por mais que nos esforcemos, não saímos do mesmo sítio.
Finalmente cheguei aos portões da rua, sempre fechados a sete cadeados (sim, cadeados com corrente e tudo; ler a história Portas em http://sabedoriadavo.blogspot.pt/2016/02/portas.html).
O próximo desafio foi procurar as chaves na minha mala de mulher e encontrar aquela chave que me libertaria...
E como naquele outro tipo de pesadelos, onde não vemos, mas sentimos o perigo cada vez mais próximo, eu sentia a minha Avó a caminhar atrás de mim... Lentamente... Sempre no mesmo passo... A cada segundo mais próxima! E as chaves certas que não apareciam! Até já estava de joelhos, como que a suplicar aos Deuses...
Deuses esses que devem ter Avós, pois atenderam à minha súplica e, tal como nos filmes, na hora H lá consegui abrir os portões do Inferno. Com as chaves do carro já na mão (meus ricos Deuses), meti-me imediatamente lá dentro e segui rumo ao Olimpo. Sim, porque depois desta experiência qualquer local para onde fosse, seria o Paraíso.
Já passei pela experiência do "sujo no pescoço" com a Avó e foi um passo muito grande para ela...
Temos de começar com coisas mais pequenas como as calças rasgadas. O próximo passo talvez seja um piercing na orelha, ou um cabelo diferente...
Já aqui escrevi o que a avó pensa das calças rasgadas, mas eu continuo a usá-las quando lá vou. Penso que se ela tiver uma exposição constante, irá habituar-se a elas e deixar de fazer cara feia. Confesso que o processo me dá um certo prazer... Será que devia? Enfim...
A história das calças rasgadas: http://sabedoriadavo.blogspot.pt/2016/10/calcas-rasgadas.html |
Aconteceu que, nessa tarde, esqueci-me de um pequeno, grande pormenor... Eu tinha uma nova tatuagem na perna... Tão nova, que me esqueci dela... E ali estava eu de calças rasgadas à frente da avó... Só me apercebi do lapso quando esta interrompe o que ia a dizer para perguntar:
- O que é isso? Tens aí um sujo na perna? - ao mesmo tempo que começou a deslocar-se na minha direção para ver melhor...
Instintivamente tapei o rasgão das calças com um saco que tinha na mão, como se estivesse num daqueles pesadelos, onde de repente nos apercebemos que estamos nús; disse que já estava atrasada (mentira) e fugi dali antes que ela tivesse tempo de pensar. O meu desejo era correr, mas tinha de disfarçar e então, com todo o autocontrolo que pude juntar, andei apenas num passo pouco mais acelerado do que o normal. Sentia-me num daqueles outros pesadelos, em que estamos a correr em pânico, mas por mais que nos esforcemos, não saímos do mesmo sítio.
Finalmente cheguei aos portões da rua, sempre fechados a sete cadeados (sim, cadeados com corrente e tudo; ler a história Portas em http://sabedoriadavo.blogspot.pt/2016/02/portas.html).
O próximo desafio foi procurar as chaves na minha mala de mulher e encontrar aquela chave que me libertaria...
Deuses esses que devem ter Avós, pois atenderam à minha súplica e, tal como nos filmes, na hora H lá consegui abrir os portões do Inferno. Com as chaves do carro já na mão (meus ricos Deuses), meti-me imediatamente lá dentro e segui rumo ao Olimpo. Sim, porque depois desta experiência qualquer local para onde fosse, seria o Paraíso.
Já passei pela experiência do "sujo no pescoço" com a Avó e foi um passo muito grande para ela...
|
Sem comentários:
Enviar um comentário